Alguns exemplos comuns de padrões violentos de comunicação, os quais nem nos damos conta:
“Engole o choro”.
“Isso não foi nada”.
“Calma, nem doeu”.
Você ouviu isso quando criança?
E já se pegou repetindo essas frases na sua vida adulta?
Pois é. A nossa comunicação é repleta de padrões violentos de comunicação, que sequer conseguimos identificar porque só replicamos o que escutamos a vida inteira.
É bem comum negarmos as necessidades e dores do outro, por exemplo, como forma de contornarmos as coisas e até mesmo passarmos por cima das nossas próprias dores e necessidades, como se isso realmente fosse possível.
Sem refletir, acabamos passando isso para a frente. Nas nossas relações familiares, no trabalho, nos momentos de lazer, em nossos namoros e casamentos e, claro, com as crianças.
Daí elas vão aprendendo que é assim que se comunica, passam a replicar esse padrão de comunicação e…
Temos um ciclo sem fim…
O objetivo desse texto é chamar a sua atenção para alguns desses padrões violentos de comunicação e para o impacto deles na sua vida e na criação dos seus filhos.
Um breve exemplo de padrões violentos de comunicação
Imagine que esse diálogo acontece entre duas amigas entrando numa festa, na qual uma delas não conhece ninguém.
Melhor ainda: imagine que você é essa pessoa que não conhece ninguém. Ao chegar na festa, você se sente desconfortável e diz:
– Estou com vergonha. Não quero entrar agora.
– Uai, vergonha de quê?
– Não conheço essas pessoas.
– Deixa de ser boba. Vai lá dar “oi”. É assim que a gente faz amigos.
– Você não vem comigo?
– Ai, é sério? Eu até posso ir, mas já tem alguém até acenando para você. Acene de volta. Seja gentil! Não me faça passar vergonha!
– Podemos esperar até eu conseguir relaxar um pouco mais antes de falar com todo mundo?
– Claro que não. Seria uma super falta de educação. Relaxe agora, não tem nada de mais acontecendo aqui.
Alguém se aproxima. Sua amiga começa a conversar com a pessoa se referindo a você como se você não estivesse ali.
– Ela está tímida. Não repara. Eu já disse que ela não precisa ter vergonha, mas tudo o que ela quer agora é se esconder, acredita?
O desconhecido olha para você, toca em seus cabelos e diz:
– Mas uma moça tão bonita não deveria ficar com vergonha! Dá cá um abraço!
E te dá um abraço que você não queria.
Outras pessoas se aproximam e o horror continua.
Seria terrível se você passasse por isso, não?
Esse é um padrão violento de comunicação que repetimos o tempo inteiro com crianças. Não respeitamos a sua necessidade de espaço, forçamos os seus limites (inclusive em respeito ao seu próprio corpo).
São essas pequenas violências cotidianas que a gente nem se dá conta que pratica e replica.
Com isso, a criança passa a entender que o que ela sente é inadequado e que para se adaptar e ser considerada adequada, precisa romper seus limites internos, como nós, adultos, estamos tão acostumados a fazer, sem nem sentirmos.
Não queremos isso para as crianças, certo?
Então, é necessário entendermos essas violências, ditas sutis, que permeiam a cultura da qual fazemos parte.
Outro padrão violento de comunicação
“Eu só te bati porque te amo e você precisa aprender”.
Essa é a frase que muitas pessoas que já vivenciaram um relacionamento abusivo na idade adulta ouviram em casa, quando crianças.
Tal frase ajuda a criança a associar aprendizado com dor. E pior: amor com violência.
Afinal de contas, se as pessoas que me amam me causam dor é porque violência talvez seja algo aceitável de se receber em outros relacionamentos para que eu aprenda a ser uma pessoa melhor.
Não estamos afirmando que todas as pessoas que escutam algo parecido na infância, entrarão em relacionamentos abusivos, ok?
E nem estamos dizendo que se alguma vez, por desconhecimento, por repetir seus padrões você já disse isso ao seu filho, está tudo perdido. Não está. Padrões estão aí para tomarmos consciência deles e os modificarmos.
Apenas sentimos necessidade de dizer que percebemos uma correlação entre padrões violentos de comunicação como esse e o número de pessoas que participaram de nossos cursos e sessões que relataram estarem presas em ciclos abusivos.
“Engole o choro”!
Reprimir as emoções da criança é muito comum. Aprendemos que é assim que se faz, em algum momento da vida.
Assim, em muitas ocasiões entendemos que o correto a fazer é reprimirmos sentimentos e comportamentos indesejados, e não damos espaço para a criança entender o que está acontecendo com ela, sentir e lidar com suas próprias emoções.
Não sabemos fazer isso.
Afinal, muitos de nós não aprendemos a lidar com o próprio choro, por exemplo. E isso é um problema quando passamos a ser a pessoa que precisa cuidar e acolher o choro da criança.
Aprendemos que o choro é inadequado. Especialmente se estivermos em uma situação social. A criança não aprendeu isso. Ela apenas se expressa. E a gente fica sem saber o que fazer.
Daí para replicarmos os únicos padrões que conhecemos e tentarmos a todo custo acabar com aquela situação desconfortável e constrangedora é um pulo.
E pronto. Mais uma vez, por desconhecimento, usamos um padrão violento: reprimimos e/ou negamos os sentimentos e emoções da criança.
Criação Consciente para superar padrões violentos de comunicação inconscientes
A maior parte dos padrões violentos de comunicação são inconscientes. Muito provavelmente você pratica ou praticou em algum momento. E nunca se deu conta da carga de violência dessas falas e comportamentos.
Sentimos muito por isso. E, bem, como frutos da mesma cultura, estamos todos no mesmo barco. Dá aqui um abraço.
Recebemos e repetimos. E as crianças mantém o ciclo. E por aí vai…
Por isso, desenvolvemos ao longo dos anos, depois de muito estudo, pesquisas e atendimentos educacionais a nossa abordagem educacional: a Criação Consciente.
Dentre outras coisas, a Criação Consciente nos permite ajudar as famílias a identificarem as raízes de seus padrões violentos de comunicação e apoiá-las a lidar com comportamentos desafiadores envolvidos na relação com crianças, utilizando a não-violência.
É um processo sistêmico que envolve a criança, sua família e seus círculos de socialização, em especial a escola. Essa abordagem educacional é baseada na visão holística, que trata o ser humano de forma integral.
É curativo para o adulto, inclusive. E é tudo o que a criança precisa para poder ter espaço para sentir, para errar, para se desenvolver. Para não crescer como a nossa geração, que não sabe bem como lidar com sentimentos e com seus próprios erros.
Quer conhecer a Criação Consciente?
Nós preparamos alguns materiais para você se aprofundar no tema. Basta clicar nos links abaixo e desvendar esse novo universo para toda a sua família.
Adorei as informacoea e gostaria de saber aobre custos